Sempre fui de me
expressar. Correção, aprendi a me expressar, a desabafar. Hoje cheguei aquele
momento, que ter opinião muitas vezes é ser ranzinza, é ser chato. Do contra.
Eu sou e nunca liguei muito pra isso. O problema está na sua volta. Pedem
sinceridade. Mas querem afagos e sorrisos. E esquecem de te retribuir com
sinceridade. Vem enrugados de máscaras. As vezes, sorrio. Outras, calo-me.
Procuro não me importar, "tem coisas que não valem o coração, já dizia
João".
Encanto-me hoje. Mas
não tenho certeza. Como as pessoas devem encarar uma atração? Uns se entregam,
outros refletem. Eu divago. Já fui louco, mas hoje sou ranzinza, velho, com
careca precoce. Sou inocente. Tem coisas e pessoas que as vezes prefiro evitar.
Eu evito mas penso. Não sou de engolir sapos. Passo a mão no cabelo, e mais uns
fios caem, outros ficam brancos. Não me vejo estressado, sou feliz demais para
isso. Só não consigo digerir.
Prefiro estar
apaixonado. Prefiro estar descartado, do que ser levado como carta morta. Você
vai ler, não vai entender. No fundo eu queria escrever sobre minha nova
atração. Mas não sei. Sinto saudades de olhos azuis de um felino. Sinto
saudades dos meus personagens, do meu eu louco. Ou este seria apenas uma
reclamação, do meu eu ranzinza, ou melhor: do meu eu, ranzinza, louco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário