quinta-feira, 23 de junho de 2011

Amnésia

Sentado de frente ao lago, refletindo sobre a imagem. Não conseguia entender o porquê de pensar naquilo. Nem sabia o que estava fazendo ali. Só sabia que ali trazia recordações. Que hoje, ele nem sabia se queria ou não queria lembrar; quem saberia? Um relincho, um olhar oblíquo sarcástico, um encanto... Algo lembrava o passado, o que seria ele não compreendia...



Saiu dali... Não aguentava aquela aura triste que emanava daquele lugar, por sinal parecia sua própria aura que um dia ressoou ali. Volta-se então para uma serra; todas aquelas montanhas, seriam todos aqueles lares. A serra era maior do que ele achava que ali um dia estivera, pareciam que muitas ainda estavam lá, porém diferentes. O tempo muda até mesmo aquilo que um os deuses escreveram para que assim o fosse. Vi em meio aquilo tudo um gato que olhava com suas bolas de gude azuis como o céu, querendo me guiar a um novo rumo, a um novo mundo. Mas virei e deixei ali, pensativo o gato, achando que havia errado na previsão. Parafraseando, confesso: Estava certo.



Subi as escadas daquilo que eu sentia ser meu lar. Se podia chamar aquela loucura de lar. Armadilhas desarmadas e algumas até armadas, estavam por todo o lugar. Mas ao mesmo tempo a Alegria transbordava, era estranho, uma alegria triste. Uma realidade fantástica, ou fantasiosa. Tanto faz. Era estranho, só em existir. Barreiras, em toda a memória. Amnésia provocada.



No topo, deitou-se. Tentando dormir, para esquecer de lembrar. Ou lembrar de esquecer...