Ei, você! Você
mesmo! A você dedico estas linhas tortas, embargadas de melancolia, de muito eu
lírico, de prosa sem rima, de uma tarde ociosa, de um vagabundo ocupado, que
sonha em dominar o mundo. Mas isso não vem ao caso. O caso é o seguinte:
desapareça. É você mesmo, você leu corretamente, desapareça. Tá ouvindo
mentalmente minha voz ecoar? Então pronto, desapareça. Suma dos meus sonhos,
suma dos meus pensamentos, estou cansado de pensar em você. Já sinto nojo de
mim só de pensar que um dia eu quis o melhor pra você. Por que a revolta?
Porque você é descartável. Novamente, desapareça. Suma por aquela porta, se
jogue da janela, voe andorinha, voe abelhinha. Vai produzir seu néctar. Olhe os
céus, veja como chove, aproveite agora, e tome um banho e sofra uma descarga
elétrica, e morra, assim, enfim desaparecerás. Por que desejo isso? Porque to
vomitando só de olhar pra você, ainda
não percebeu. Hoje sou Machado, e Assis vai porque teu olhar de ressaca, não é
sedutor, é de ressaca mesmo, porque o porre que eu bebi não me faz esquecer
você. Porque nos meus olhos tem uma lente espelhar que no começo, no meio e no
fim, eu vejo apenas um reflexo no espelho. Assim, dedico, enfim a você leitor.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Via única.
Você diz ver uma
linha amarela pontilhada na sua frente. Realidade distorcida. Você vê um
sorriso e acha que é a felicidade, que é um farol indo em sua direção, mas não
colide. Ou melhor, teu cérebro te engana fazendo acreditar que se choca, ai o
tempo passa, e você percebe que a Ferrari era apenas um carrinho de controle
remoto, e você tá ali sozinho, seguindo naquela direção, distribuindo,
sorrisos, abraços, ouvidos. No fim, tudo é uma aposta, você aposta em ruas,
becos, vielas, avenidas, viadutos, pontes, e no fim caminham pra você mesmo.
Porque nada é eterno, apenas sua vontade, apenas seu sentimento. Pode ser
depressivo pensar numa realidade verbalizada, mas a verdade é que nunca iras
colidir com ninguém, além de tu mesmo. No espelho.
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Confissões num rabisco.
Confesso que já
senti vontade de criptografar segredos e espalhar pela web; de escrever de um
futuro cego, de uma fé quase greco-romana; de ler gibis, mas pensar que tô
lendo Freud, e simplesmente filosofar. De
olhar pro lado, e apenas sorrir, esperando uma cara emburrada, de uma
criança qualquer; Vontade de me melar de sorvete de chocolate e passar minha
tarde jogando uma aventura qualquer no computador. De raptar a vizinha, por um
motivo fútil. De vender sonhos, e comprar realidades. De parar o tempo, ou
avançar cenas chatas. De trabalhar sentado numa plateia de circo, comendo
pipoca e bebendo guaraná. De ser uma alma vazia sentada no bar, de caçar
ventos, e colher furacões, regar de vinagre de uva. Dançar no bosque, sentar no
baile, velejar numa geleira, e me banhar num lago congelado. Mas, espera, o
tempo do coelho despertou, Alice acordou, e você viajou. Confesse!
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