sexta-feira, 5 de abril de 2013

OneShot.


Ouço um tambor. Um zunido. Uma manifestação.
O mundo, as pessoas, as festas e os alucinógenos já me pareceram mais atraentes. Tudo me soa monótono. Hoje eu respiro, porque respirar é rotina. Se caminho é porque meus pés andam. Na verdade não são as coisas que deixaram de ser interessantes, apenas meu interesse por elas que acho que não é mais o mesmo.

Lançado a prova. Acabado os jogos. Agora é dedicação. É correria. Se sobreviverei no fim? Apenas a caminhada dirá. Poucos me fazem bem, muitos apenas, empatia, outros... E outros... E mais outros... Não tenho tempo para novelas mexicanas. Não tenho paciência para reis. Cansei do xadrez. No fim as torres são legais, mas muitos preferem os cavalos. Preferências.

Não tenho tempo para mim. O que dirá para os novos sorrisos que me apareceram? E pros que já foram? Mas o que preferes? Que sonho queres viver? Qual queres sonhar? Qual queres te limitar? Qual queres desistir? ... ... ... Quantas perguntas vagas! Quanta vida vazia por ai. Não existe meio cheio ou meio vazio. É um shot. Ou bebe, ou rejeita.

terça-feira, 12 de março de 2013

93


Nesta história sou um palhaço, aqui é um circo. Você faz mágicas, brinca com o ilusionismo. Desaparece. Aparece. Aparece. Desaparece. Assim some o meu coração, sob uma música datada de conhecimento geral, cultuada por um público pseudo-cult; trocados os criptogramas, palavras belas e sentimentos, surge ou melhor se evidência aquilo que havia sido negado anteriormente. Parece louco e bipolar, mas o que não é louco e bipolar?

Me sinto um coringa. Mas, as vezes, sou apenas o Pierrot. Eu sorrio, eu brinco. Brincadeiras com fundo de verdade. Ou verdades brincadas. Todo esse sentimento, toda essa alegria, se resume em mágica, magia. Mensagens. Olhares. Subliminares. Serias tu, uma colombina? Ou a essência da magia do meu circo? Saudades 93.

Tem textos que nunca deveriam ser escritos (como esse talvez), mas ou você desafoga a alma, ou você se afoga na alma.

O Ranzinza


Sempre fui de me expressar. Correção, aprendi a me expressar, a desabafar. Hoje cheguei aquele momento, que ter opinião muitas vezes é ser ranzinza, é ser chato. Do contra. Eu sou e nunca liguei muito pra isso. O problema está na sua volta. Pedem sinceridade. Mas querem afagos e sorrisos. E esquecem de te retribuir com sinceridade. Vem enrugados de máscaras. As vezes, sorrio. Outras, calo-me. Procuro não me importar, "tem coisas que não valem o coração, já dizia João".

Encanto-me hoje. Mas não tenho certeza. Como as pessoas devem encarar uma atração? Uns se entregam, outros refletem. Eu divago. Já fui louco, mas hoje sou ranzinza, velho, com careca precoce. Sou inocente. Tem coisas e pessoas que as vezes prefiro evitar. Eu evito mas penso. Não sou de engolir sapos. Passo a mão no cabelo, e mais uns fios caem, outros ficam brancos. Não me vejo estressado, sou feliz demais para isso. Só não consigo digerir.

Prefiro estar apaixonado. Prefiro estar descartado, do que ser levado como carta morta. Você vai ler, não vai entender. No fundo eu queria escrever sobre minha nova atração. Mas não sei. Sinto saudades de olhos azuis de um felino. Sinto saudades dos meus personagens, do meu eu louco. Ou este seria apenas uma reclamação, do meu eu ranzinza, ou melhor: do meu eu, ranzinza, louco.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

não compreenda.



falta fogo. falta ardor. falta sangue.
falta lágrimas, falta saber se é amor.
não se pode confiar em nuvens,
ideias as levam, ideias as moldam
e quem ditam as ideias?

sou eu, sou você, é ela, é aquela
é furtiva, é faceira
mas quem não confia em nuvens nunca experimenta do algodão-doce.


Olhe, pare, pense: é uma encruzilhada: montanha, nuvens, lagos ou vulcões.