quinta-feira, 23 de junho de 2011

Amnésia

Sentado de frente ao lago, refletindo sobre a imagem. Não conseguia entender o porquê de pensar naquilo. Nem sabia o que estava fazendo ali. Só sabia que ali trazia recordações. Que hoje, ele nem sabia se queria ou não queria lembrar; quem saberia? Um relincho, um olhar oblíquo sarcástico, um encanto... Algo lembrava o passado, o que seria ele não compreendia...



Saiu dali... Não aguentava aquela aura triste que emanava daquele lugar, por sinal parecia sua própria aura que um dia ressoou ali. Volta-se então para uma serra; todas aquelas montanhas, seriam todos aqueles lares. A serra era maior do que ele achava que ali um dia estivera, pareciam que muitas ainda estavam lá, porém diferentes. O tempo muda até mesmo aquilo que um os deuses escreveram para que assim o fosse. Vi em meio aquilo tudo um gato que olhava com suas bolas de gude azuis como o céu, querendo me guiar a um novo rumo, a um novo mundo. Mas virei e deixei ali, pensativo o gato, achando que havia errado na previsão. Parafraseando, confesso: Estava certo.



Subi as escadas daquilo que eu sentia ser meu lar. Se podia chamar aquela loucura de lar. Armadilhas desarmadas e algumas até armadas, estavam por todo o lugar. Mas ao mesmo tempo a Alegria transbordava, era estranho, uma alegria triste. Uma realidade fantástica, ou fantasiosa. Tanto faz. Era estranho, só em existir. Barreiras, em toda a memória. Amnésia provocada.



No topo, deitou-se. Tentando dormir, para esquecer de lembrar. Ou lembrar de esquecer...

sábado, 7 de maio de 2011

Milagre?!?

Senta e espera. Não. Deita. Porque o que pensas nunca vai acontecer. Por quê? Milagres não acontecem... Não com você, perdedor. Fica por ai então, e choraminga. É o que sabes fazer. Não, você nasceu para isso. Os seus sonhos, são apenas sonhos. Realidades nunca realizáveis. Deixa disso... Vive! Morre logo então! O que não vale é ficar em cima do muro. Pensa. Nada vale a pena. Não, não vale a pena sacrificar nada, porque ninguém merece apreço. Larga dessa. Acorda, moleque. Sonhos sempre são sonhos. Você sempre será você. E o que é impossível, ainda é impossível por mais que você tente. Desista. Ou então acredite em Milagres... E reze também, torça para que Milagres não seja uma mulher...

domingo, 24 de abril de 2011

Por que não te calas?

Vejo sombras. Ouço sussurros ao vento de coisas que simplesmente nunca deveriam ser imaginadas, pensadas, ditas, muito menos executadas. Pecado. Sujo. Me sinto sujo. São meus pensamentos que me condenaram. Não. Sou eu o culpado, que execute-os por um segundo que seja, na minha mente. Macabra. Oficina do diabo. Não por estar vazia, mas sim por estar cheia de pensamentos vazios, de realidades falsas, de verdades absolutas projetadas, ilusões. Mas o problema não é a ilusão! Seria o pensamento? Ou talvez... Desta voz, que fala surdamente nos ouvidos daquele que quer arrancar os tímpanos, mudo. Surdo talvez.


Então... Por que não te calas? Maldita sombra. Sombra maldita. Passado? Presente? Futuro? Não existe divisão temporal na mente do Louco. Apenas fatos. Risos. Seriedade... Bobice. Brincadeira de criança, idiota. Você não é mais criança. Sair? Sim. Saia da solidão dos pensamentos desta caverna.


Tudo, hoje é vazio. Mas, vazio, hoje, não é tudo. É vazio. Essas correntes, dilemas, vivem aos ouvidos, dos olhos do mudo. Enfim... Por que não te calas?